sexta-feira, 14 de março de 2008

Geração Depressão

Os jornais noticiam a grave crise no mercado hipotecário norte americano, a possível influência e contaminação nos mercados europeus. Até a indústria chinesa teve uma inesperada desaceleração do crescimento industrial. Espanto? O mais esquisito é o Brasil estar na contra-mão da história. Não sofremos com o mal do setor imobiliário, ao contrário, estamos crescendo, expandindo o mercado de crédito e diminuindo o déficit habitacional. Enfim, parece um país diferente do qual nasci.

Crises fiscais, superinflação, moratória, recessão são palavras que uma criança não deveria ouvir no berço. Imagino apenas palavras de carinho do meu pai e minha mãe, bobos com mais um filho. No entanto preocupados com as contas de mais um filho.

Por isso o que me preocupa é a festa Ploc e não a recessão americana. Meus contemporâneos nasceram numa época difícil, deprimida. Nossos líderes políticos são inflamados pelos discursos vazios e perdoados pelas realizações medíocres. Não é Vale-Tudo na novela das oito? Não. Até mesmo os grandes canalhas já se foram, ficaram os incompetentes. Confesso que quando ACM morreu, uma parte da minha história se foi. Ele sempre foi o vilão da história.

Saudade de um tempo que nenhum dos que nasceram nos anos oitenta puderam compartilhar. Foram longos anos sem bonança, sem crescimento, sem felicidade? Geração depressão.

Outro dia contei para minha mãe: 10000 pessoas da minha idade foram para uma fazenda tomar anti-depressivo e ouvir música. Ela achou estranho.

Um comentário:

Érika Guimarães disse...

Gabriel,
Seja bem-vindo ao mundo dos blogueiros. Continue "postando" que vc. já tem uma leitora fiel.
Bjus,
Érika